segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pioneiros da Educação Nova – Anísio Teixeira e Paschoal Lemme.

Pioneiros da Educação Nova – Anísio Teixeira e Paschoal Lemme.
(Trechos de Textos selecionados).
História da Educação.
Prof. Humberto Carlos M. Canha.

ANISIO TEIXEIRA
A escola deve oferecer um ambiente social – simplificado – desde que a complexidade contemporânea é inassimilável em seu todo pela criança; um ambiente social purificado, isto é, expurgado dos seus maus elementos e especialmente propício ao desenvolvimento dos aspectos sãos da vida moderna, e por último, um ambiente equilibrado, no sentido de harmonia a amplidão. (...).
A escola deve prover a um meio em que a experiência infantil se realize no circulo mais amplo possível, a fim de cooperar para um progressivo equilíbrio e harmonia sociais.(...).
Educar é, assim, uma função social que controla, guia e dirige a atividade infantil. Mas, sendo uma função perfeitamente vital e natural, ela se deve exercer em perfeita concordância com as tendências das crianças a que apenas oferece as adequadas condições de desenvolvimento e crescimento.(...).
Educar é definir, focalizar e coordenar os movimentos para uma resposta justa e apropriada.(...).
A essa educação obtida por motivos puramente externos, chama Dewey treino. A verdadeira educação se processa com o segundo passo, quando o educando não somente aprende uma nova coisa, mas a compreende e participa do seu sentido social.(...).
Daí a conclusão de que o processo educativo não tem fim além de si mesmo, mas é o seu próprio fim; o processo de educação é o processo de contínua transformação, reconstrução e reajustamento do homem ao seu ambiente social móvel e progressivo.
(TEIXEIRA, Anísio – Sentido atual de Educação, in: Aspectos americanos de educação)
O sistema de educação do estado democrático moderno, convém repetir, não é tal sistema, mas o de escolas públicas destinadas a oferecer oportunidades iguais ao indivíduo e ministrar-lhe educação para o que se costuma chamar de eficiência social, ou seja, o preparo para o exercício das suas funções sociais de cidadão, de trabalhador (concebido o termo sem nenhuma conotação de classe) conforme as suas aptidões e independente de suas origens sociais, e de consumidor inteligente dos bens materiais e espirituais da vida. Esta educação tem, pois ela, em todos os seus estádios, os objetivos que antes se dividiam pelos diferentes sistemas escolares: o de cultura geral, o da formação prática ou vocacional, o de formação profissional e o de formação para o lazer. Daí, constituir-se um sistema contínuo, integrado e aberto a todos, em condições de igualdade de oportunidades.
(TEIXEIRA, Anísio – Estado atual da educação, in: Revista brasileira de estudos pedagógicos. Rio de Janeiro, v. 39, n.89, jan/mar, 1963).



PASCHOAL LEMME
Quanto mais atrasado é um país em seu desenvolvimento, maior é a diferença entre a educação rural e a urbana. Essa diferença tende a nivelar-se à medida que o país evolui econômica, social e culturalmente (...). A educação é um fato social condicionado por outros fatos que a determinam. A escola é capaz de influir nos processos de evolução. Entretanto, a crença de que as reformas educacionais podem transformar uma sociedade é antinatural e anti-histórica". (LEMME, Paschoal. Progredir ou desaparecer, in: Memórias 3).
Quase tudo o que tenho escrito sobre educação, ao longo dos quarenta anos que nos dedicamos a essa atividade (1924-1964), tem tido caráter polêmico e militante. Por isso mesmo, não nos tem sobrado tempo para produzir obra sistemática, o que seria pessoalmente mais envaidecedor, mas, sem dúvida, muito menos útil para os objetivos que sempre perseguimos.
Desde que compreendemos que o artífice das transformações sociais ineludíveis é o próprio povo devidamente esclarecido, e dessas transformações depende, em cada estágio, o aumento das oportunidades do gozo dos bens materiais e culturais, criados pelos próprios homens, nosso objetivo, ao escrever sobre educação e ensino, passou a ser muito mais o de tentar esclarecer o público em geral sobre os problemas em causa do que elaborar trabalhos de caráter técnico para serem discutidos por um reduzido número de especialistas.
Nesse sentido, foram os aspectos políticos dos problemas de educação e ensino que estiveram sempre na mira de minhas preocupações principais, e dentre eles dedicamos especial atenção ao fundamental, que é o de procurar demonstrar que reformas de educação e ensino não transformam a sociedade, mas, ao contrário, são as transformações sociais que, na medida em que se processam, impulsionadas por fatores básicos internos à própria sociedade, é que passam a exigir mudanças na orientação e na organização da educação e do ensino para a tender às novas condições criadas. Assim, cada período histórico típico produz formas de educação correspondentes à estrutura social respectiva, e é o estudo dessas formas – conteúdo, instituições, organizações e métodos – que constitui a história da educação. (LEMME, Paschoal, in: Apresentação, in Memórias3).

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Trabalho de História da Educação. Prof. Humberto.

UNIVERSIDADE BANDEIRANTES DE SÃO PAULO.
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO.
CURSO DE PEDAGOGIA.

Trabalho de História da Educação. Prof. Humberto.


Texto I.

1) Leia o texto a seguir e responda com as próprias palavras:

“A carta de 1934 instituiu, de fato, medidas que assegurassem uma política nacional em matéria de educação, atribuindo à União a competência privativa de traçar as diretrizes da educação nacional (cap., I, art.5, XIV) e de fixar o plano nacional de educação (art. 151). Aos estados competiria, segundo o art. 151, organizar e manter os seus sistemas educacionais, respeitadas as diretrizes definidas pela União. Estabelecendo que o governo central caberia ‘fixar um plano nacional de educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados, e coordenar e fiscalizar a sua execução em todo o território do país’ (art.150); criando o Conselho Nacional e os Conselhos Estaduais de Educação (art. 152) e determinando a aplicação de nunca menos de 10% da parte dos municípios e nunca menos de 20% da parte dos estados, da renda resultante dos impostos, ‘na manutenção e no desenvolvimento dos sistemas educativos’ (art.156), a constituição de 16 de julho de 1934, fazia o país entrar numa política nacional de educação de conformidade com os postulados e as aspirações vitoriosas na conferência de Niterói, em 1932, e no manifesto dos pioneiros, pela reconstrução educacional do Brasil. Os sistemas escolares estaduais, segundo essa nova política escolar que a Constituição adotou, não seriam senão variedades sobre o fundo comum de uma espécie: sob todas as dissemelhanças de estrutura do ensino, nesses sistemas variáveis com as condições regionais, deveria perceber-se não somente a ‘uma certa tonalidade fundamental’, mas a unidade política expressa nas diretrizes estabelecidas pela União. As próprias tendências de organização racional, sobre base de inquéritos e dados estatísticos, e de seleção por meio de medidas objetivas, (art.150, letra e), - uma das mais claras aspirações da campanha de renovação educacional, - foram consagradas em disposições da constituição de 1934, que se manteve, em quase todos os seus artigos, na órbita de influencia dos indicadores do movimento de reformas da educação brasileira.
Mas, além da instituição de uma política nacional, capaz de estabelecer a unidade de fins e de diretrizes na variedade dos sistemas escolares, e dos princípios que consagrou, de ‘racionalização’ ou de reorganização dos sistemas educacionais, em bases científicas, de estudos, inquéritos e dados objetivos, estabeleceu ainda a carta Constitucional os fins democráticos da política escolar do país, reconhecendo na educação ‘um direito de todos’ (art.149), instituindo a liberdade do ensino em todos os graus e ramos (art.150, parágrafo único, alínea e) a liberdade de cátedra, a gratuidade e obrigatoriedade que deviam estender progressivamente do ensino primário integral ao ensino educativo ulterior, a fim de o tornar mais acessível (art. 150 parágrafo único, a e b), e criando os fundos especiais de educação, parte dos quais (art. 157) se aplicaria a alunos necessitados, mediante assistência sob diversas formas e bolsas de estudo. Essas tendências democráticas que se tornariam ainda mais acentuadas na Constituição de 1937, não correspondiam apenas às aspirações nitidamente formuladas no movimento de renovação educacional, mais ainda a um progresso real de democratização que atingiu sobretudo o ensino secundário, tornando extremamente difícil a reorganização de sua estrutura em bases humanísticas. De fato, em vez de um ensino de classe, para uma pequena fração da população adolescente, recrutada geralmente na burguesia, o ensino secundário tornou-se, pela sua extraordinária extensão, se não um ‘ensino para o povo’, ao menos um ensino de caráter mais democrático.(...).
A nova Constituição, outorgada em 1937, reafirmou, com efeito, levando ainda mais longe do que a Constituição de 1934, as finalidades e as bases democráticas da educação nacional, não só estabelecendo pelo art. 128 que ‘a arte e a ciência e o seu ensino são livres à iniciativa individual e à de associações ou pessoas coletivas, públicas e particulares, como também mantendo a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário, instituindo, em caráter obrigatório, o ensino de trabalhos manuais em todas as escolas primárias, normais e secundárias, e, sobretudo, dando preponderância, no programa de política escolar ao ensino pré-vocacional e profissional, que se destina ‘as classes menos favorecidas e é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado’ (art. 129). Sob esse aspecto, a Constituição de 1937, rompendo com as tradições intelectuais e acadêmicas do país e erigindo à categoria de primeiro dever do Estado o ensino técnico e profissional, pode-se considerar a mais democrática e revolucionária das leis que se promulgaram em matéria de educação.
Revolucionária, não só nos objetivos que teve em vista, de educar a mocidade pelo trabalho, como também nos meios que adotou para atingi-los, e que constituíram transformação radical na estrutura do ensino profissional, pela ligação orgânica da teoria e da prática, assegurada pela aplicação imediata das lições de laboratório, pela organização do trabalho, nos campos e nas oficinas, e pela colaboração obrigatória, das indústrias e do estado na preparação de operários qualificados. (...).
A constituição de 1937, sem rejeitar os institutos de ensino profissional mas, ao contrário, estabelecendo como um dever do Estado fundá-los e subsidiar os de iniciativa dos estados, dos municípios e das associações particulares, inaugura o regime de cooperação entre as indústrias e o Estado, quando estatui, (art. 129) que ‘é dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados’”.
(Azevedo, Fernando de – A cultura brasileira, p.691-694).

1a) Que importância Azevedo atribui ao movimento de Renovação Educacional e ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova à respeito das determinações educacionais contidas nas Cartas Constitucionais de 1934 e 1937?

1b) Quais aspectos são descritos por Azevedo, que determinam o “caráter democrático” da educação na Carta de 1937?

1c) Elabore um comentário crítico do texto de Azevedo, tendo como referência o Capítulo 4 e 5 de Paulo Ghiraldelli.

Texto II.

2) Leia os textos abaixo e responda com as próprias palavras:

“ (...) Assim, quando dizemos que a educação ficará ao serviço da Nação, queremos significar que ela, longe de ser neutra, deve tomar partido, ou melhor, deve adotar uma filosofia e seguir uma tábua de valores, deve reger-se pelo sistema das diretrizes morais, políticas e econômicas, que formam a base ideológica da Nação, e que, por isso, estão sob a guarda, o controle ou a defesa do Estado”.
(Capanema, Gustavo. Apud Silva, Marinete S. – A educação brasileira e o Estado Novo, p. 25).

2) Qual o papel atribuído à educação para os texto II ?


Texto III.

“A escola é hoje, como deveria ter sido sempre, a miniatura da Pátria; é o seu próprio resumo. Deve ter a austeridade e a doçura de um templo. Nela, oficia o sacerdote, ministrando através de cada aula a oração que purifica, educa, aperfeiçoa e forma o cidadão. (...).
A educação objetiva antes de tudo a Pátria para alcançar a vida que tem expressão social dentro dela. (...).
(...) a educação nacionalista (...) é hoje o primeiro dever e o desígnio supremo de todos os que, como educadores e mestres, se entregam à obra evangélica de iluminar, semear, povoar e enriquecer a alma jovem e ardente do Brasil, generosa e grande, bela e opulenta como o seu próprio território.
Diante de uma e de outro, antes do professor está o patriota, o soldado de sua bandeira, o operário de sua unidade, o pregoeiro de seu destino, o paladino de sua honra, o garimpeiro de sua história, o sacerdote de sua imortalidade.
Da palavra que proferimos desça à juventude a hóstia que consagra ao Brasil nossa fidelidade e nosso amor. E se cumpra o seu culto com a devoção dos que crêem na sua grandeza e querem sua felicidade”.
(Lobo, Cel Ayrton – O que o Estado Nacional espera do professor. Ciência Política, mar., 1941, p. 42 e 49).

3) Quais aspectos ideológicos são ressaltados no texto III e que definem a educação e o educador?

Questões para composição da AD2 – individual. PROF HUMBERTO

Questões para composição da AD2 – individual.

Questões do Capítulo 4 – Reformas educacionais e Ideários pedagógicos no início dos anos 30; a Educação na Constituinte de 1934.

1) Explique a Reforma Francisco Campos.
2) Cite, explique e compare três aspectos que julgue fundamentais entre as idéias e propostas formuladas pelo Manifesto dos pioneiros da educação Nova.
3) Faça um quadro comparativo entre as propostas e idéias educacionais de: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Paschoal Lemme.
4) Faça um quadro comparativo entre as propostas pedagógicas dos anos 30, entre o ideário liberal, ideário católico, ideário integralista e ideário comunista.
5) Quais foram as principais propostas apresentadas pela ABE e compare aquelas consagradas na constituição de 1934.

Questões do Capítulo 5 – A Organização do Ensino legada pelo Estado Novo.

1) Compare as determinações acerca da educação contidas na Constituição de 1934 e 1937, apresentadas por Paulo Ghiraldelli.
2) O que estabeleceu as Leis Orgânicas do Ensino ou Reforma Capanema.
3) O que Paulo Ghiraldelli entende por “dualidade do ensino” introduzida pela Reforma Capanema?
5) O que diferencia a educação profissionalizante mantida pelo sistema oficial de ensino do chamado sistema “S” ( SENAI e SENAC).

Questões do Capítulo 6 – Lutas em torno da primeira LDBN e Movimentos Populares em educação.

1) Qual a contribuição dos comunistas para a educação no Brasil no período de redemocratização.
2) Elabore uma linha cronológica com os principais fatos e acontecimentos da tramitação do projeto de LDBN.
3) Quais os principais pontos de conflito entre as propostas educacionais dos defensores da escola pública e da escola particular?
4) O que foi a “Campanha em Defesa da Escola Pública”?
5) Cite e explique pelo menos dois aspectos que julgue importante da Lei 4.024/61.
6) caracterize de forma geral a política educacional dos governos populistas.
7) A que se propunham os movimentos de Educação Popular, no início dos anos 1960?

Questões do capítulo 7 – Ideário autoritário e Leis da Educação sob a ditadura Militar.
1) Explique os acordos MEC-USAID firmados entre o Brasil e os EUA sobre a educação nacional.
2) Explique a Reforma Universitária ou Lei 5.540/68.
3) Explique a Lei 5.692/71.
4) Caracterize de forma geral a política educacional da Ditadura Militar após 1964.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Palestra (Aviso Professora Márcia)

Olá queridos aluos.
Segue divulgação do instituto de educação:
Colegas

Os Coordenadores dos Cursos de Pós-Graduação do Instituto de Educação farão uma palestra com o título: A formação acadêmica e o mercado de trabalho na atualidade aberta a todos os alunos interessados, conforme calendário abaixo.
Horário: das 13 às 14:30 horas
Data/ Campus
16.08 / Maria Cândida
23.08 / Campo Limpo
23.08/ Rudge
30.08/ Marte
30.08/ Osasco
13.09/ Morumbi.2
13.09/ ABC

Será fornecido ao aluno um comprovante de comparecimento com carga de 3 horas que poderão ser computadas para AACC.

Não é preciso fazer inscrição.

O número da sala ou se acontecerá em auditório será divulgado em mural do Campus.

MATÉRIA PROFESSOR MÁRCIA.



ESTUDO DIRIGIDO – CAP 10
TÓPICO C: DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE GÊNERO E ESTERIÓTIPO DE PAPEL SEXUAL


“... Ser menino ou menina é algo permanente, que não muda mesmo que haja modificações nas roupas ou no comprimento dos cabelos”.(H. Bee). Esse entendimento é chamado de:
A. Papel sexual
B. Conceito de gênero
C. Comportamento de papel sexual
D. Comportamento típico de um sexo
N.D.A

A definição de papel de gênero é:
A. Análise de função do ser homem ou do ser mulher em uma determinada cultura.
B. Comportamentos que acompanham o ser menino e menina.
C. Papel Sexual apropriado para o seu gênero na sua cultura específica.
D. A, B e C estão corretas.
E. Somente A e B estão corretas.
3. Carolina tem nove anos e é filha única de um casal que está se separando. Sua mãe trabalha muito então, depois da escola, ela passa as tardes com o pai que é autônomo e escolhe seus horários para trabalhar. Ela joga vídeo game com o pai, futebol de botão, o acompanha para os jogos no estádio e vibra com os gols do timão! Diz querer ser arbitra quando crescer. Só veste calças e prende os longos cabelos em baixo de um boné. Sua mãe está preocupada, pois perdeu completamente o interesse pelas bonecas e não quer saber de usar as roupas cor de rosa que ela compra. De vez em quando até diz que gostaria de ser um menino!Pode-se dizer que este é um caso de:A.AndrogeniaB.Criança de Sexo CruzadoC. Criança hermafroditaD. Criança homossexualE. NDA 4. - Joãozinho, me ajude a lavar a louça, disse a mamãe. - Nem vem não mãe, porque quem lava a louça é mulherzinha! Este diálogo pode mostrar:A.O desenvolvimento da identidade sexual.B. O desenvolvimento do conceito de gêneroC. O desenvolvimento do auto conceito.D. O desenvolvimento da auto estima.E. O desenvolvimento do esteriótipo de papel sexual.
5. O desenvolvimento do conceito de gênero se dá em três etapas. São elas respectivamente:
A. Constância de Gênero/ Identidade de Gênero /Estabilidade de Gênero
B. Estabilidade de Gênero/Identidade de Gênero /Constância de Gênero
C. Identidade de Gênero/Estabilidade de Gênero/Constância de Gênero
D. Identidade de Gênero/Estabilidade de Gênero/Continuação de Gênero
E. Estabilidade de Gênero/Identidade de g6enero/Continuação de Gênero

6. “Quando eu era bebê eu era uma menina. Hoje tenho 5 anos e sou uma garotinha. Quando eu crescer serei uma mocinha, uma mulher e uma velhinha!” Esta menina já tem bem desenvolvido a ______________ etapa do desenvolvimento do conceito de gênero significando que ______________________________________.
A. Primeira/ as pessoas continuam com o mesmo sexo pelo resto da vida.
Segunda/ as pessoas continuam com o mesmo sexo pelo resto da vida.
Terceira/ as pessoas continuam com o mesmo sexo mesmo que usem roupas diferentes.
Primeira / já se consegue rotular corretamente o próprio sexo e identificar o sexo de outras pessoas.
Segunda/ já se consegue rotular corretamente o próprio sexo e identificar o sexo de outras pessoas.

7. A preferência dos garotos em brincar com caminhões pode ser explicada pelo fato dos pais comprarem estes brinquedos e reforçarem diretamente a escolha por esta brincadeira. Esta é uma hipótese levantada pelos ____________________________como _________________.
A. teóricos da Aprendizagem social/Bandura
B. teóricos da Aprendizagem social/Piaget
C. teóricos cognitivo-desenvolvimentais/Bandura
D. teóricos cognitivo-desenvolvimentais/Piaget
Teóricos psicanalistas/Freud

8. A Teoria do esquema de gênero:
A. Explica as etapas do desenvolvimento psicossexual do ser humano.
B. Explica o desenvolvimento do auto conceito e do comportamento do papel sexual.
C. Explica o desenvolvimento do conceito de gênero e do comportamento do papel sexual, propondo que cada criança cria um esquema fundamental categorizando pessoas e objetos pelo gênero.
D. Explica o desenvolvimento cognitivo dos meninos e das meninas.
E. NDA

9. O comportamento típico de sexo é visível desde os 18 meses. Esta questão está:
A. Correta. A criança nesta idade já começa a demonstrar preferências por brinquedos típicos do seu sexo.
B. Errada. A criança nesta idade já começa a demonstrar preferências por brinquedos típicos do seu sexo.
C. Errada. A criança nesta idade não começa a demonstrar preferências por brinquedos típicos do seu sexo.
D. Correta. E mais tarde, aos 2 anos e meio ou 3anos, ela já escolhe companheiros de brincadeiras do mesmo sexo.
E. São verdadeiras as alternativas A e D.

10. “Ser um homem feminino, não fere meu lado masculino... Se Deus é menina e menino, sou masculino e feminino...” (Pepeu Gomes). Podemos dizer que o trecho desta música expressa A IDÉIA de:
A. Homossexualismo. Um dos quatro tipos de papel sexual, sugeridos pelo trabalho de Sandra Bem (1974). Rótulo aplicado a uma pessoa que tem o comportamento dotado de altos níveis de qualidades tanto femininas quanto masculinas.
B. Homossexualismo. Um dos quatro tipos de papel sexual, sugeridos pelo trabalho de Sandra Bem (1974). Rótulo aplicado a uma pessoa que tem o comportamento dotado de altos níveis de qualidades masculinas.
C. Androginia. Um dos quatro tipos de papel sexual, sugeridos pelo trabalho de Sandra Bem (1974). Rótulo aplicado a uma pessoa que tem o comportamento dotado de altos níveis de qualidades tanto femininas quanto masculinas.
D. Androginia. Um dos quatro tipos de papel sexual, sugeridos pelo trabalho de Sandra Bem (1974). Rótulo aplicado a uma pessoa que tem o comportamento dotado de altos níveis de qualidades femininas.
E.NDA.



Cap 10 – A criança em desenvolvimento – H. Bee
Tópico: AUTO-ESTIMA

É a avaliação global do próprio valor.
Geralmente é desenvolvida por volta dos sete anos (idade escolar).
É a soma de duas avaliações ou de dois julgamentos internos.
A criança experimenta um grau de discrepância entre aquilo que gostaria de ser e aquilo que acha que é.
Quando a discrepância é pequena = AUTO ESTIMA GERALMENTE ALTA
Quando a discrepância é grande = AUTO ESTIMA GERALMENTE BAIXA
O segredo da auto - estima é o tamanho da discrepância entre aquilo que a criança deseja e aquilo que acha que conseguiu. (valorização nas habilidades)
Existe a influência da cultura na auto estima.
Sentimento de apoio das pessoas que cercam os indivíduos ajudam a elevar a auto estima.

CONSISTÊNCIA DA AUTO ESTIMA AO LONGO do TEMPO

· Estudos mostram que na adolescência a auto estima pode ser mais baixa do que nos anos escolares anteriores. Isto se explica por conta da idade e mudanças importantes.

CONSEQUÊNCIAS DAS VARIAÇÕES DA AUTO ESTIMA

· O nível de auto estima apresenta uma correlação negativa com a DEPRESSÃO
· Quanto mais baixa é a auto estima, mais deprimido o indivíduo tende a ser.
· Bandura: Quando há um baixo senso de auto eficácia ,ou seja, quando o indivíduo tem pouca fé na sua capacidade para algo, corre um risco maior de entrar em depressão.
· Mas, o fracasso também pode servir como estímulo para “reverter” a situação. O indivíduo pode se esforçar mais para atingir um objetivo.

ORIGENS DAS DIFERENÇAS DE AUTO ESTIMA

1. Experiência direta da criança com o fracasso ou sucesso.
2. Valor atribuído a alguma habilidade ou qualidade.
3. Influência dos pais e amigos a este valor atribuído – rótulos e julgamentos dos outros.

MATÉRIA PROFESSOR PEDRO.

REGO, Teresa Cristina. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultutal da Educação. 16. ed. Petrópolis, Vozes, 2004.

CAPÍTULO 1
- Vygotsky: morreu aos 37 anos, de Tuberculose.
- Interesse central: gênese dos processos psicológicos tipicamente humanos em seu contexto cultural.
- Fez inúmeros trabalhos interdisciplinares; interesse por crianças especiais. Nos últimos 10 anos de vida, dedicou-se a estudar os processos de transformação do desenvolvimento humano em suas dimensões filogenéticas, histórico-sociais e ontogenéticas (e também nos postulados microgenéticos), com destaque para o estudo de mecanismos mais sofisticados da psicologia humana: controle consciente do comportamento, atenção e lembrança voluntária, memorização ativa e pensamento abstrato, raciocínio dedutivo, capacidade de planejamento, dentre outros.
- Vygotsky não pretendia elaborar uma teoria do desenvolvimento infantil, mas recorreu à infância para explicar o comportamento em geral. Seguindo tal caminho, sugere que a cultura faz parte da natureza de cada pessoa, na medida em que a história individual e social se relacionam.
- As idéias de Vygotsky estavam em consonância com o desenvolvimento da sociedade soviética pós-revolução. A psicologia, na época, oscilava entre uma visão empirista-mecanicista e outra mentalista. Vygotsky pretendia ir além das duas visões, buscando explicações para as funções psicológicas superiores. “O comportamento adulto é culturalmente mediado, sendo que a linguagem é o meio principal dessa mediação”. Há uma fundamentação marxista nos pressupostos de Vygotsky e, mesmo assim, sua obra foi proibida na União Soviética de 36 a 56, sendo redescoberta a partir daí e no Brasil, muito tardiamente, na década de 80.
- Vygotsky, juntamente com Leontiev, Luria e colaboradores formaram a troika, seu grupo de estudos sobre o desenvolvimento humano.
CAPÍTULO 2
- Objetivos principais de Vygotsky: caracterizar os aspectos tipicamente humanos do comportamento e elaborar hipóteses a respeito de como essas características se formam na história humana e como se desenvolvem durante a vida de um indivíduo. PARA TANTO, seria preciso: 1) estabelecer as relações entre ser humano e ambiente físico e social; 2)examinar as relações entre trabalho, ser humano e natureza e suas conseqüências psicológicas; 3) estudar as relações entre uso de instrumentos e desenvolvimento da linguagem.
- As funções psicológicas superiores, mecanismos intencionais que dão ao indivíduo autonomia junto ao seu meio não são processos inatos, mas se desenvolvem na internalização de formas culturais de comportamento.
- Linhas de pesquisa a destacar: desenvolvimento da criança (psicologia genética – gênese), desenvolvimento de um grupo cultural e dissolução de processos psicológicos (doenças e traumatismos).
- Vygotsky se esforçou para estudar o ser humano como: 1)corpo humano; 2)ser biológico e social; 3)membro da espécie humana; 4)participante de um processo histórico.
- Principais idéias de Vygotsky: 1) na relação entre indivíduo e sociedade: as características humanas não são inatas nem resultado único da pressão do meio, mas interação dialética entre homem e meio sócio-cultural (lembrar do processo de internalização / transformação!). “As funções psicológicas superiores surgem da interação dos aspectos biológicos (...) com os fatores culturais”; 2)Há uma origem cultural das funções psíquicas (o desenvolvimento mental humano não é dado a priori, nem é imutável, passivo ou independente do meio histórico-social); 3) o cérebro é a base biológica do funcionamento psíquico, mas não é um sistema imutável e fixo, mas aberto e de grande plasticidade; 4) a linguagem é vista como sistema de mediação: o SIGNO (algo que tem um significado) é o mediador por carregar em si os conceitos generalizados e elaborados pela cultura humana. Há, portanto, uma mediação entre os instrumentos do mundo social e os signos; 5) processos psicológicos complexos diferenciam-se dos mecanismos mais elementares e não podem ser reduzidos à cadeia de reflexos, mas devem ser descritos a partir da consideração de sua origem histórico-social.
- Sobre o comportamento humano versus comportamento animal, considerar que: 1)todo comportamento animal conserva ligações com motivos biológicos; 2)todo comportamento humano não é forçosamente determinado por estímulos imediatamente perceptíveis ou pela experiência passada. Isso porque, além do conhecimento sensorial, o ser humano dispõe de um conhecimento racional; 3)além de definições hereditárias e da experiência individual, o ser humano dispõe da assimilação da experiência acumulada de toda a humanidade, diferentemente do animal que não aprende por imitação. Assim, o ser humano não é apenas produto do seu meio social, mas agente ativo dele. É então, fundamental compreender as relações entre a dimensão biológica e cultural. Vygotsky, então, vai estudar a evolução da cultura (aspecto sociogenético) e o desenvolvimento individual (aspecto ontogenético), principalmente na infância em que tais conteúdos são aprendidos porque começam o uso de instrumentos e da fala; 4)a mediação simbólica estabelece a relação do ser humano com o mundo e com outros seres humanos. Para haver tal mediação são necessários instrumentos (regulam ações sobre os objetos) e signos. Desse modo, a linguagem opera mudanças nos processos psíquicos da seguinte maneira: permitindo lidar com objetos mesmo quando ausentes (exemplo, a frase “o vaso caiu”); permitindo abstração e generalização (ver a palavra “árvore”); permitindo a comunicação, o intercâmbio. Em função disso tudo que Vygotsky afirma que os processos de funcionamento mental do ser humano são fornecidos pela cultura através da mediação simbólica.
- Sobre o desenvolvimento infantil na perspectiva sócio-histórica: 1)Vygotsky critica as concepções botânicas (“jardim da infância”) e zoológicas (comparação da criança com o desenvolvimento animal) do desenvolvimento humano. Devido às características histórico-culturais humanas, torna-se impossível considerar o desenvolvimento do sujeito como um processo previsível, universal, linear ou gradual; 2)o desenvolvimento humano vem do entrelaçamento de processos elementares de origem biológica (que têm preponderância no início da vida) e funções psicológicas superiores, de origem sócio-cultural; 3) o desenvolvimento do psiquismo humano é sempre intermediado por outro ser humano ou pelos signos, daí a importância do início da fala; 4)o desenvolvimento intelectual tem início quando a fala e a atividade prática, até então duas linhas independentes do desenvolvimento, convergem entre si.
- Sobre as relações entre pensamento e linguagem: 1)“Apesar de terem origens diferentes e de se desenvolverem de modos independentes, em uma certa altura, graças à inserção da criança no grupo cultural, o pensamento e a linguagem se encontram e dão origem ao modo de funcionamento psicológico mais sofisticado, tipicamente humano”; 2)a linguagem é um marco do desenvolvimento humano pois, através dela, os seres humanos são capazes de providenciar instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, superar a ação impulsiva, planejar a solução de um problema e controlar o próprio comportamento; 3) assim, a linguagem expressa o pensamento e o organiza, e representa a necessidade de comunicação; 4) durante o estágio pré-intelectual do desenvolvimento da linguagem (“fala”) há um contato social sem significado específico. Por exemplo, o choro da criança pode significar várias coisas; 5)já no estágio pré-linguístico do desenvolvimento do pensamento, nota-se a capacidade de resolver problemas práticos do ambiente como, por exemplo, subir em um sofá para alcançar um objeto; 6)na medida em que a criança interage e dialoga com os membros mais maduros de sua cultura, pensamento e linguagem se associam: o pensamento torna-se verbal e a fala racional. 7) então, o pensamento verbal torna-se predominante, mas o pensamento não-verbal (como ao dirigir um automóvel) e o pensamento não-intencional (ex: um cafuné), continuarão presentes por toda a vida; 8) surge então o discurso socializado: a fala serve como comunicação, mas ainda não serve para planejar; 9) A outra etapa consiste no surgimento do discurso interior: a fala, antes dirigida a um adulto para a resolução de um problema é internalizada: a criança começa a apelar para si própria para a resolução de problemas e a fala serve para planejar, prever, deduzir etc. 10)Para Vygotsky, há uma fala intermediária entre o discurso socializado e o discurso interior, em que a criança fala alto, mas fala para si, dialogando consigo para planejar. Ex: “Como vou pegar aquele doce? Ah, já sei...” Piaget chamou esse processo de fala egocêntrica (que viria de dentro para fora), do que discorda Vygotsky (ela viria de fora para dentro, da aprendizagem e interação anteriores). É possível observar essas etapas observando a forma que a criança desenha em vários momentos de sua vida.
- Aquisição da linguagem escrita: a linguagem escrita representa um novo salto no desenvolvimento, na medida em que promove modos diferentes e ainda mais abstratos de pensar, relacionar-se com pessoas e com o conhecimento. Sobre a pobreza do modo que comumente aprende-se a ler e escrever, Vygotsky comenta: “Ensina-se as crianças a desenhar letras, mas não a linguagem escrita como tal”.
- Notas sobre a interação entre aprendizado e de: a Zona de Desenvolvimento Proximal: 1)é o aprendizado que possibilita e movimenta o processo de desenvolvimento; 2) Vygotsky analisa a ralação entre aprendizado e desenvolvimento sob dois ângulos: a relação geral entre ambos e essa relação no período escolar. 3) são dois níveis de desenvolvimento: desenvolvimento real ou efetivo (conquistas já realizadas) e nível de desenvolvimento potencial (capacidades em via de serem construídas). No primeiro caso considera-se o que a criança já sabe fazer sozinha e no segundo o que ela poderá fazer com ajuda (este nível é bem mais indicativo do nível de desenvolvimento da criança, segundo Vygotsky); 3) a ZDP é a distância entre esses dois parâmetros e é iniciada pela aprendizagem. “A ZDP de hoje será o nível de desenvolvimento real de amanhã”.
- O processo de formação de conceitos e o papel desempenhado pelo sistema escolar: conceito é um sistema de relações e generalizações contidos nas palavras e determinado por um processo histórico-cultural. Os conceitos são de dois tipos: 1)conceitos cotidianos: construídos a partir da observação, manipulação e vivência direta; 2)conceitos científicos: conceitos não diretamente acessíveis à observação ou à ação imediata. Estes desenvolvem processos psicológicos superiores, pois envolvem operações como atenção deliberada, memória lógica, abstração, capacidade para comparar e diferenciar e não são aprendidos mecanicamente. A formação de conceitos começa em tenra infância, mas só se amadurece na puberdade. É, portanto, o ensino sistemático fundamental para alargas os horizontes da ZDP.
- Função da brincadeira no desenvolvimento infantil: Vygotsky estudou o brincar e deteve-se nas brincadeiras de faz-de-conta, quando a criança já é capaz de representar simbolicamente uma situação imaginária. A imaginação, funcionamento psicológico totalmente humano, não está presente nos animais, nem em crianças muito pequenas. Nessa modalidade de brincadeira (“brinquedo”), o pensamento, que antes era determinado pelos objetos do exterior, passa a ser regido pelas idéias, que servirão para representar a realidade (uma vareta vira uma espada, por exemplo), abstraí-la, detendo-se nos significados atribuídos pela brincadeira. No brincar, cria-se uma ZDP devido à distância entre o comportamento imitado na vida real e o do brincar, a atuação no mundo imaginário com regras a seguir, tudo visando a satisfazer desejos não realizáveis (dirigir um carro, guiar um barco etc.).
CAPÍTULO 3
- discordâncias em relação às concepções inatista e ambientalista: abordagem socio-interacionalista;
- materialismo dialético e construção de uma psicologia histórico-cultural;
- implicações para a educação: 1) valorização do papel da escola; 2)o bom ensino é o que se adianta ao conhecimento; 3)o papel fundamental do “outro”: colega / professor / família; 4) imitação e reconstrução de mundo (internalização).

CAPÍTULO 4
- a afetividade não se separa do intelecto;
- todas as funções psicointelectuais superiores aparecem duas vezes: nas atividades coletivas, sociais (funções interpsíquicas) e nas atividades individuais (funções intrapsíquicas). Então, a aprendizagem não é sem si mesma desenvolvimento, mas a correta organização de experiências que possibilitará o desenvolvimento mental.




Vygotsky, Lev Seminovitch – (1896-1934)
(cuidado quanto à grafia do nome: Vygotski, Vygotsky ou Vigotsky).

- Ser humano: um organismo ativo em um ambiente histórico e cultural.
- O ser humano se desenvolve entre possibilidades que encontra em seu ambiente: instrumentos jfísicos e ksimbólicos, desenvolvidos por gerações precedentes.
- A linguagem tem papel fundamental. A linguagem desenvolve o pensamento infantil que, paulatinamente, adquire a capacidade de se auto-regular. Assim, o sistema lingüístico reorganiza todos os processos mentais infantis. Por isso, por exemplo, é tão importante a aprendizagem de sensibilidade artística desde tenra idade.
- Há uma progressiva interiorização do meio social, mas é uma interiorização ativa.
- Estruturação do sujeito: dá-se por interiorização e transformação. Ao mesmo tempo em que se integra e interage com o meio social, o sujeito posiciona-se de modo crítico e transformador. Assim, a ajuda externa vai se tornando cada vez menos necessária e modifica-se gradativamente a atenção, a percepção, a memória e a capacidade de resolver problemas. Assim se dá a construção da realidade pela criança.
- Relação entre fala externa e pensamento: jaté 3 anos, a fala acompanha o comportamento; kentre 3 e 6 anos, a fala precede o comportamento (a criança anuncia o que vai fazer; la partir de 6 anos, a fala para si próprio começa a desaparecer e torna-se interna (no entanto, em situações difíceis, tende a reaparecer, auxiliando a atividade cognitiva).
- Pensamento verbal é como Vygotsky chama essas relações entre linguagem e pensamento que formariam as estruturas básicas da forma de pensar da criança (que não inclui nem todas as formas de pensamento, nem todas as formas de linguagem).
- Estudando a influência das diversas condições histórico-culturais e sua riqueza, Vygotsky não aceita uma seqüência universal de estágios cognitivos, como em Piaget. Para ele, os fatores biológicos operam sobre os sociais de forma significativa apenas no início da vida.
- Teorias sobre desenvolvimento e aprendizagem: Piaget diz que o desenvolvimento precede a aprendizagem, criando condições para ela; no modelo comportamental (Skinner), o desenvolvimento é aprendizagem, pois ambos seriam simultâneos e a aprendizagem seria o acúmulo de respostas aprendidas; há um terceiro modelo, no qual o desenvolvimento e a aprendizagem seriam processos independentes que interagem (um causa o outro). Vygotsky considera os três modelos insatisfatórios, embora aceite as propostas do terceiro. Isso porque a inteligência, segundo ele, já é uma habilidade para aprender e não resultante de aprendizagens já realizadas.
Zona de Desenvolvimento Proximal (ou Zona de Desenvolvimento Potencial): é a distância entre o nível de desenvolvimento atual (determinado pela capacidade de resolver problemas sem ajuda) e o nível potencial (proximal) de desenvolvimento (solução de problemas sob a orientação ou colaboração de pessoas mais influentes). Assim, duas crianças com aparente desempenho intelectual semelhante (maturação e aprendizagem prévias semelhantes) podem ser muito diferentes quanto às condições do desenvolvimento que precisa ser construído. Exemplo: crianças filhas de engenheiros, músicos ou pais analfabetos, respectivamente, teriam diferentes possibilidades para aprender poesia.
- Então, as diferenças entre ambientes sociais promovem aprendizagens diversas que ativam processos de desenvolvimento diversos, ou seja, a aprendizagem precede o desenvolvimento intelectual, ao invés de segui-lo ou ser coincidente com ele. Por isso, a ZDP possibilita compreender as funções de desenvolvimento que estão a caminho de se completar.
- O conceito de ZDP pode ser utilizado para determinar: ja forma que a criança organiza a informação; ko modo como o seu pensamento opera. Ou seja, é preciso conhecer as formas que a criança organiza a informação com ou sem ajuda externa.
- As formas verbais nas relações entre professor e aluno determinarão a complexidade dos pensamentos das crianças e como processam novas informações. Eis, por exemplo, como se dá a aprendizagem social do medo que temos, geralmente, do “novo” ou de “decepcionar”.
Em resumo, para Vygotsky, o desenvolvimento é a apropriação ativa do conhecimento disponível na sociedade – sua maneira de agir, sua cultura. A maior complexidade desse processo (funcionamento intelectual) desenvolve-se graças a regulações realizadas por outras pessoas que serão substituídas por auto-regulações (em especial, a fala, que permite, por excelência, todo o processo de desenvolvimento em sua complexidade).